Da coluna Menu Político, no O POVO deste domingo (15), pelo jornalista Luiz Henrique Campos:
Os dois candidatos apoiados pelas máquinas públicas em Fortaleza à
Prefeitura, Elmano de Freitas e Roberto Cláudio, começaram a campanha
sentindo na pele o que é ser desconhecido pela grande maioria da
população. Nas atividades de rua, brilha muito mais a figura de um ou
outro apoiador, ofuscando a imagem do principal postulante. Foi assim
com o pessebista em um terminal de Fortaleza na semana passada, quando o
vereador Vitor Valim, tentando se desvencilhar dos abraços e apertos de
mão, teve de dizer para um eleitor que o candidato era “aquele baixinho
careca”. Com Elmano não tem sido diferente. Barulhentos, e com estilo
próprio, os militantes do PT têm se esforçado para apresentar o
postulante à população, que não raro perguntam “quem é ele?”.
É claro que nessa primeira fase de campanha vale o corpo-a-corpo como
forma de popularizar a imagem do candidato para que, a partir do início
do horário televisivo, este já esteja na boca do povo. Inácio e Moroni,
por exemplo, não precisam gastar tanta sola de sapato por já terem
pulado essa etapa, e sabem bem que a campanha só começa mesmo na TV. Se o
primeiro ainda tem participado de atividades esporádicas, o demista nem
isso tem feito até agora. Para Roberto Cláudio e Elmano, todo esforço é
válido e deve ser aproveitado ao máximo. Não à toa, o tempo utilizado
em fala na tribuna da Assembleia na semana passada como presidente da
Casa pelo candidato do PSB. Cláudio sabe que em comparação com Elmano,
este leva bem mais vantagem por contar com trunfos como a militância
petista e os apoios de Lula e Dilma, caso se deem na dimensão esperada.
Até quando a campanha exige que se aproveite ao extremo os espaços
disponíveis, é preciso cuidado para que não se cometam erros que podem
ser fatais. No caso de Roberto Cláudio, ao falar sobre tapar os buracos
da cidade caso venha a assumir a Prefeitura, esqueceu da
responsabilidade da Cagece nesse quesito. Pode custar caro ter que
responder depois sobre um problema, que se sabe, tem muita relação com a
gestão estadual. Já Elmano, que tem se utilizado do slogan “candidato
do Lula e da Dilma”, pode estar abrindo o flanco para que os outros
candidatos cobrem a inclusão de Luizianne nesse mantra. Se ele
propositalmente a excluiu, foi um erro. Se esqueceu, é bom começar a
citá-la, antes que algum adversário o faça em público, o que não vai
pegar bem.
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