Em artigo publicado
neste sábado (18), no O POVO, o editor adjunto do Núcleo de Conjuntura
do O POVO, Luis Henrique Campos, diz que o PT corre o risco de perder
Fortaleza, porque não perdeu o jeitão de oposição dos anos de 1980,
apesar de três mandatos presidenciais e diversos mandatos estaduais e
municipais. No poder, a oposição ocorre internamente. Confira:
Com 32 anos completados no último fim de semana, o Partido dos
Trabalhadores (PT) não conseguiu se desvencilhar do trauma que marcou a
sua criação e o seu crescimento.
Surgido em meio às graves do ABC paulista, nos idos dos anos 1980,
quando o País vivia à sombra do período ditatorial, a legenda da estrela
vermelha foi marcada pela luta em benefício dos menos favorecidos, o
que lhe conferiu a possibilidade da conquista de três mandatos
presidenciais e de diversas gestões municipais e estaduais.
A experiência no poder foi fundamental para que o partido passasse a
encarar outras visões de mundo, antes restritas às conquistas por meio
de ações radicais e pouco abertas ao diálogo.
Nem isso, porém, foi capaz de fazer com que o PT perdesse da sua
origem a condição de eterno grupamento político afeito a duras disputas
internas, muitas vezes mais virulentas do que até mesmo com seus
adversários externos. Essa trajetória complexa é responsável por se
entender o porquê de atitudes que o fazem um partido pulsante, mas
também autofágico em não raros momentos.
O resultado é o que vemos agora. Como disse Cid, ele, ao defender
praticamente sozinho dentro de seu partido a manutenção da aliança com o
PT, ainda é alvo de ataques de membros da legenda. Parece ficar claro
que o PT é incapaz de viver na calmaria, mesmo com o vento a seu favor.
Cresceu, tornou-se adulto, mas não perdeu a rebeldia, muitas vezes sem
causa, da juventude. Se isso é bom ou ruim, tirem suas conclusões.
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