O PARTIDO DO SAUDOSO DR. JOÃO UCHOA

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O ETERNO REBELDE SEM CAUSA

Em artigo publicado neste sábado (18), no O POVO, o editor adjunto do Núcleo de Conjuntura do O POVO, Luis Henrique Campos, diz que o PT corre o risco de perder Fortaleza, porque não perdeu o jeitão de oposição dos anos de 1980, apesar de três mandatos presidenciais e diversos mandatos estaduais e municipais. No poder, a oposição ocorre internamente. Confira:
Com 32 anos completados no último fim de semana, o Partido dos Trabalhadores (PT) não conseguiu se desvencilhar do trauma que marcou a sua criação e o seu crescimento.
Surgido em meio às graves do ABC paulista, nos idos dos anos 1980, quando o País vivia à sombra do período ditatorial, a legenda da estrela vermelha foi marcada pela luta em benefício dos menos favorecidos, o que lhe conferiu a possibilidade da conquista de três mandatos presidenciais e de diversas gestões municipais e estaduais.
A experiência no poder foi fundamental para que o partido passasse a encarar outras visões de mundo, antes restritas às conquistas por meio de ações radicais e pouco abertas ao diálogo.
Nem isso, porém, foi capaz de fazer com que o PT perdesse da sua origem a condição de eterno grupamento político afeito a duras disputas internas, muitas vezes mais virulentas do que até mesmo com seus adversários externos. Essa trajetória complexa é responsável por se entender o porquê de atitudes que o fazem um partido pulsante, mas também autofágico em não raros momentos.
A eleição de 2012 em Fortaleza é um exemplo disso. Como explicar que o PT, com a prefeitura na mão, o apoio do governador do Estado, e sem oposição, se encontre hoje sob o risco de perder o comando da gestão da Capital? Situação típica de um grupo que não teve o discernimento para compreender que na democracia não se governa sozinho, sem ouvir os aliados, e se fechando para o diálogo. Em relação ao governador, quantas vezes teve que engolir em seco provocações em nome da manutenção dessa aliança? De divergências administrativas a ameaças veladas, não faltaram gestos ofensivos da prefeitura para com o governo.
O resultado é o que vemos agora. Como disse Cid, ele, ao defender praticamente sozinho dentro de seu partido a manutenção da aliança com o PT, ainda é alvo de ataques de membros da legenda. Parece ficar claro que o PT é incapaz de viver na calmaria, mesmo com o vento a seu favor. Cresceu, tornou-se adulto, mas não perdeu a rebeldia, muitas vezes sem causa, da juventude. Se isso é bom ou ruim, tirem suas conclusões.

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