Aécio critica Dilma por negociar Ministério da Saúde em troca de apoio no Congresso
"Fazer
trocas de ministérios com a lógica única e exclusiva de se manter no
governo é um retrocesso que o Brasil não merece mais viver", diz Aécio
ao criticar a presidente Dilma e o PT pela nova negociação de cargos
federais promovida pelo governo
O
presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, criticou, nesta
quinta-feira (24/09), a presidente Dilma Rousseff por envolver o
Ministério da Saúde, uma das pastas mais importantes para a população,
no balcão de negócios montado pelo Palácio do Planalto em troca de apoio
político no Congresso. Em entrevista coletiva, em Goiânia, onde
participou de ato de filiação de várias lideranças regionais ao partido,
Aécio afirmou que a reforma administrativa proposta pelo governo
federal deveria seguir padrões de gestões eficientes e não as velhas
práticas políticas da negociação de cargos e ministérios em troca de
votos na base aliada do governo.
"O
que o governo se dispõe a fazer neste instante, entregando áreas
essenciais à vida dos brasileiros, como o Ministério da Saúde e o
Ministério da Infraestrutura, para citar os que estão hoje nos jornais,
em troca de 20 ou 30 votos no Congresso Nacional, é um desrespeito à
população brasileira. Fazer a reforma administrativa, enxugar
ministérios como propúnhamos durante a campanha eleitoral, deveria ter
como lógica a melhoria da qualidade do serviço público. Novas metas,
gente qualificada e preparada para que a saúde melhore, para que a
educação e a segurança pública melhorem", afirmou Aécio Neves.
O
presidente tucano e o governador Marconi Perillo comandaram, em
Goiânia, o encontro do partido que recebeu, nesta quinta-feira, mais de
500 novos filiados. Entre eles, o vice-governador de Goiás Zé Eliton e
14 prefeitos. O ato contou com a presença de diversas lideranças
nacionais e regionais.
Lula
Aécio
Neves criticou também a declaração dada ontem pelo ex-presidente Lula
sobre a perda de ministérios ocupados pelo PT, seu partido, para o PMDB.
Lula disse que o PT preferia perder ministérios do que perder a
presidência da República. Aécio criticou a declaração e disse que pior
do que perder a presidência da República é perder a dignidade.
"O
ex-presidente Lula deu uma declaração que está estampada nos jornais,
uma declaração de que é preferível perder os ministérios do que perder a
Presidência da República, referindo-se a esse balcão de negócios à luz
do dia que se estabeleceu no Palácio do Planalto. Quero responder ao
ex-presidente da República: muitas vezes é preferível perder a
presidência da República do que perder a dignidade", afirmou o líder
tucano.
Dólar, inflação e desemprego
Aécio
Neves comentou ainda a piora nos indicadores econômicos e sociais, em
especial a supervalorização do dólar e o aumento do desemprego.
"A
realidade, e nós a constatamos a cada dia, é uma fragilização crescente
do governo. Estamos vendo hoje o dólar já a R$ 4,20, mais de 1,5 milhão
de postos de trabalho de carteira assinada fechados apenas este ano.
Juros na estratosfera, o que inibe também a própria retomada do
crescimento. Inflação tirando da mesa das famílias brasileiras aquele
prato de comida que a presidente e a propaganda enganosa do PT diziam
que os adversários iriam tirar durante a campanha eleitoral", criticou o
senador.
Em seu discurso, o presidente nacional do PSDB ressaltou a importância do papel das oposições.
"O
Palácio do Planalto nos últimos dias é um balcão de negócios, onde as
pessoas chegam, dizem quantos votos têm a empregar e saem de lá com ato
assinado da presidente da República de nomeação para o primeiro,
segundo, terceiro e décimo escalões. Neste momento de gravíssima crise
na qual o Brasil está mergulhado pelas escolhas erradas e irresponsáveis
desse governo, o papel do PSDB se faz ainda mais relevante", afirmou.
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