A estratégia do PSDB para se reinventar como partido de oposição no Ceará deve causar incômodos também à prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT). Nesta quinta-feira (20), o presidente do partido do Ceará, Marcos Cals (PSDB), informou que a sigla trabalha para deixar claro que é oposição não somente ao Governo do Estado, mas também à Prefeitura de Fortaleza. Segundo ele, a administração municipal também será citada em inserções do partido nas emissoras de rádio e televisão e em anúncios de jornal.
Atualmente, o partido está patrocinando uma propaganda de televisão em que a voz do governador Cid Gomes (PSB) – falando de educação – é reproduzida sobre cenas de violência entre professores em greve e o Batalhão de Choque da Polícia Militar, dentro da Assembleia Legislativa. Uma locutora diz que “o governador, ao mesmo tempo em que protege aliados envolvidos em escândalos, agride os professores”. A propaganda tem intuito de demarcar o novo momento político vivenciado pelo PSDB – que com a saída de deputados simpáticos ao governo, deixou de ser um partido ambíguo na Assembleia Legislativa e agora assume abertamente o discurso de ataque à gestão estadual.
Para deixar isso claro à população, o partido vai atacar também a administração de Fortaleza. Segundo Cals, o governador foi o “grande cabo eleitoral” da reeleição de Luizianne, em 2008. Segundo o presidente do PSDB, a administração de Luizianne deixou de cumprir diversos compromissos de campanha – como a construção de 40 mil habitações populares, acabar com as filas dos postos de saúde com a implantação do terceiro turno e a construção de 300 novas creches para dobrar o número de crianças atendidas.
Na Assembleia, líderes do governo Cid Gomes reagiram às propagandas do PSDB. Antônio Carlos (PT), por exemplo, considerou injustas as novas inserções do partido, argumentando que o episódio de agressões que ocorreu na Assembleia não representa o tratamento ofertado pelo governador aos professores estaduais.
“O povo brasileiro vem condenando a baixaria como instrumento de disputa política (…) A gente não pode pegar um fato como aquele, que inclusive foi lamentado por todos, e colocar como se fosse uma determinação do governador”, disse o líder do governo. Já o vice-líder, Carlomano Marques (PMDB) comentou que a estratégia adotada seria a única forma de o partido continuar existindo. “O PSDB tem que começar a fazer oposição se não ele se acaba. Alguém tem que fazer alguma coisa enquanto tem alguém para falar em nome do partido”, comentou Carlomano.
O POVO tentou contato com o coordenador de articulação política da Prefeitura, Waldemir Catanho (PT), por meio de telefone celular informado pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Fortaleza, mas as chamadas realizadas na tarde desta quinta-feira não foram atendidas. Catanho foi a pessoa indicada pela assessoria para tratar do assunto.
(O POVO)
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