O PARTIDO DO SAUDOSO DR. JOÃO UCHOA

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

REDES SOCIAIS E AS ELEIÇÕES DE 2012

A classe política tem que adaptar o procedimento dos partidos e candidatos para um correto realinhamento com os novos instrumentos de comunicação social. A observação é do deputado federal Mauro Benevides (PMDB), ao ressaltar a importância das redes sociais e do uso adequado dos veículos de comunicação em campanha eleitoral.

O advogado Djalma Pinto, com vários livros publicados sobre direito eleitoral, considera as redes sociais, principalmente o facebook e o twitter, mais utilizados no Brasil, como instrumentos fundamentais ao aprimoramento da democracia. O advogado Irapuan Camurça, que também atua na área do direito eleitoral, reconhece o poder das redes sociais, principalmente entre o eleitorado mais jovem, mas entende que os candidatos precisam ter muito cuidado ao utilizarem esses instrumentos.

Realidade
A realidade é que os meios de comunicação de massa estão passando por consideráveis transformações, e a maneira de fazer política precisa acompanhar essa evolução pela qual passa a sociedade. A velocidade em que essas transformações acontecem faz com que, no momento, os políticos tenham que se utilizar de pelo menos três fases distintas em relação à maneira como estabelecer contado com o eleitorado para angariar votos.

Embora a forma mais tradicional seja o contato direto e pessoal com o eleitor, o que é feito por meio de comícios e visitas, essa estratégia não deve ser desprezada, principalmente, por candidatos a vereador e prefeito em pequenas cidades. Essa maneira de fazer política é marcada pela emoção, ora pela palavra proferida face a face, ora pelo aperto de mão e o abraço.

Distância
Também vivemos a experiência de uma comunicação à distância (rádio e Televisão), com o contato impessoal e um discurso programado, articulado tecnicamente, com predominância para a qualidade plástica. Com as redes sociais, ingressamos em uma nova etapa, em que a comunicação é feita à distância, mas a mensagem é individualizada.

Com a experiência de quem está no 11º mandato legislativo e já exerceu todas as funções parlamentares, de vereador a senador, Mauro Benevides avalia que nas eleições gerais de 2010, no Estado do Ceará, foi indiscutível a relevância dos tradicionais veículos de comunicação de massa como é o caso do rádio e da televisão, pois foi sufragado nos 184 municípios cearenses.

No entanto, Mauro Benevides entende que nenhum político pode prescindir dos novos instrumentos de comunicação, como o facebook e o twitter, para manter contato com o eleitorado. Na sua concepção, uma campanha para eleições municipais, como a que se aproxima neste ano, ainda deve ser mantida a prática dos comícios, quando prefeitos e vereadores disputam nos palanques a preferência do eleitorado.

Utilidade
Nas cidades pequenas, o contato individualizado é indispensável para quem pleiteia o cargo de vereador, e isso já pode ser percebido, pois os nomes de muitos dos postulantes às câmaras já são conhecidos. Entende também Benevides que o rádio e a televisão ainda são valiosos na captação de apoio nas capitais e grandes cidades.

O advogado Djalma Pinto avalia as redes sociais como de grande utilidade para a democracia porque permitem a interação entre o governante e o governado. "Elas viabilizam essa interação necessária para que o povo, titular do poder, possa aplaudir ou censurar o ocupante do cargo em seu nome". No seu entendimento, o político tem que se aprimorar para uma nova convivência porque o eleitor já dispõe de meios para dar um retorno em relação ao trabalho que realiza, pois há maior monitoramento.

O advogado Djalma Pinto acredita que as redes sociais terão um papel de relevância nas campanhas eleitorais porque a crítica do eleitor exige um compromisso maior do candidato. Reconhece que o contato do candidato com o eleitor não é físico, mas é permanente e embora seja dispensada a presença física a relação se intensificou.

Difícil
Para Djalma Pinto o futuro da representação política passa pelas redes sociais porque por meio delas o candidato fica mais exposto e para quem não tem compromisso com o povo vai ser mais difícil ocultar suas intenções. Apesar das vantagens que destaca reconhece que o perigo das redes sociais é a utilização da calúnia, injúria e difamação.

É sobre esse aspecto que o advogado Irapuan Camurça prefere avaliar a utilização das redes sociais em uma campanha eleitoral. Ele reconhece que elas exercem um poder muito grande entre os jovens e algumas camadas sociais formadores de opinião, mas sua utilização é de difícil comprovação, pela própria natureza da internet.

Para manter um certo equilíbrio na disputa, a Justiça Eleitoral procura estabelecer determinados limites, mas o raio de ação é muito grande e de difícil controle. Na avaliação do advogado Irapuan Camurça, quem avançar nessa área pode se beneficiar, mas os candidatos precisam ficar atentos porque muita gente pode se utilizar desse mecanismo em nome de terceiros e, como a comprovação é demorada, pode gerar prejuízos.

Fonte: Diário do Nordeste

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